Estudo promovido pela ULS do Nordeste em parceria com o IPB demonstra efetividade da vacina no combate à COVID-19
A maioria dos profissionais de saúde da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste que efetuaram a vacinação com duas doses da vacina contra a COVID-19 desenvolveram anticorpos que conferem proteção contra a doença. Esta é a principal conclusão do estudo desenvolvido pelo Serviço de Patologia Clínica da ULS do Nordeste, em parceria com o Laboratório do Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Segundo os resultados preliminares, cerca de 99% por cento dos 429 profissionais da ULS do Nordeste que participaram no estudo apresentam reatividade contra o anticorpo Anti-Spike RBD, que poderá estar relacionada com a vacinação.
O estudo sugere ainda uma relação entre a evolução de anticorpos e a idade, na medida em que se verifica uma diminuição significativa nos níveis de anticorpos Anti-Spike RBD da faixa etária dos 20 aos 29 anos para a faixa etária dos 30 aos 39 anos e, por sua vez, para a faixa etária dos 40 aos 49 anos. Ou seja, os indivíduos mais jovens apresentam uma proteção mais elevada contra a doença, sendo que os valores de anticorpos são afetados pelo número de meses que decorreram após a imunização com as duas doses da vacina.
De realçar ainda que entre os participantes deste estudo apenas 5 por cento contrariu infeção após vacinação, o que demonstra a efetividade da vacina no combate à COVID-19.
Os indivíduos que tendo sido vacinados com uma ou duas doses também tiveram teste positivo para a COVID-19 no período anterior ou posterior à vacinação apresentam níveis mais elevados de anticorpos, o que sugere uma maior proteção contra uma reinfeção.
Entre os fatores com mais impacto nos níveis de imunização dos profissionais, destaque para a presença de doenças que incluem tratamentos imunossupressores e de hipotiroidismo.
De realçar que esta investigação incluiu 429 profissionais de diferentes categorias profissionais da ULS do Nordeste, designadamente médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, assistentes técnicos, assistentes operacionais, nutricionistas, farmacêuticos, entre outras categorias, com idades entre os 20 e os 69 anos.
A resposta dos anticorpos às vacinas foi avaliada antes da toma da terceira dose da vacina, tendo sido avaliadas as taxas de seropositividade pós-vacina, o tipo de vacina administrada, a idade, género, atividade profissional e a quantidade de anticorpos anti-spike e anti-nucleocápside.
Este estudo, com o objetivo de avaliar a imunidade à COVID-19 associada à toma da vacina na comunidade, engloba ainda um grupo de idosos, sendo que serão divulgados oportunamente os resultados globais incluindo a totalidade de participantes no estudo.
A referida investigação irá ter continuidade com a realização da análise serológica após 8 a 10 meses da toma da dose de reforço (3.ª dose) da vacina contra a COVID-19, tendo em vista a obtenção de resultados comparativos em termos da evolução da imunidade face à doença.
Atendendo à pertinência e importância deste estudo, a equipa de trabalho da ULS do Nordeste e do IPB agradece a participação de todos os profissionais e a colaboração fundamental para levar a cabo esta investigação.