Tratamento para a doença de Alzheimer sob investigação com resultados promissores
Os últimos fármacos aprovados para esta doença, há cerca de 20 anos, são fármacos dirigidos aos sintomas, sem efeito na progressão da doença. Em 2021, a agência do medicamento dos Estados Unidos (FDA) aprovou um novo medicamento, Aducanumab, com potencial de modificar a progressão da doença, encontrando-se ainda em estudo e não tendo sido aprovado pela agência Europeia do medicamento (EMA).
Consultar link: https://www.ema.europa.eu/en/documents/medicine-qa/questions-answers-withdrawal-application-marketing-authorisation-aduhelm-aducanumab_pt.pdf
Esta semana foram divulgados os resultados do ensaio clínico com o anticorpo monoclonal Lecanemab para pessoas com doença de Alzheimer. Este medicamento parece ser eficaz a remover uma das proteínas que se acumulam no cérebro dos doentes com doença de Alzheimer e parece também demonstrar algum atraso no declínio do ponto de vista clínico e funcional aos 18 meses de tratamento.
Posso ter acesso ao Lecanemab?
Não. O Lecanemab é um tratamento ainda em investigação, não tendo sido ainda aprovado pelas entidades reguladoras competentes.
Quem terá indicação para ser tratado com este novo medicamento?
Se o Lecanemab for aprovado pelas entidades competentes, as pessoas em fase inicial da doença de Alzheimer e criteriosamente seleccionadas (pela presença de biomarcadores no líquor obtido por punção lombar e/ou em PET cerebral) parecem ser os melhores candidatos.
Existem riscos associados a este tratamento?
Como com qualquer medicamento, existem sempre efeitos secundários que podem ocorrer. Os efeitos que mais preocupam as autoridades são os relacionados com reacções inflamatórias e risco de hemorragia cerebral e que podem determinar condições à sua utilização como, por exemplo, a realização periódica de ressonâncias magnéticas cerebrais.
Apesar deste tratamento estar longe de ser uma cura para a doença de Alzheimer, foi dado um passo importante na investigação, podendo futuramente contribuir para a melhoria dos cuidados aos doentes e sua família e cuidadores.
O que posso fazer para prevenir a Doença de Alzheimer?
Existem alguns factores de risco modificáveis que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer. Alguns destes riscos incluem: hipertensão, sedentarismo e redução da audição. Estes riscos devem ser identificados e eliminados em consulta de Prevenção de Demência.
Para saber mais sobre a consulta de Prevenção de Demência, basta contactar o CNS através do 261 330 700 ou escreva-nos para clinicamedica@cnscampus.com
Unidade de Doença de Alzheimer e outras Demências do CNS | Campus Neurológico
Dra. Joana Morgado e Dra. Camila Nóbrega